sexta-feira, 29 de abril de 2011

Probióticos na doença de Crohn: O que aprendemos?

Probiotics for Crohn’s disease: what have we learned?
2006 BMJ Publishing Group Ltd and the British Society of Gastroenterology Volume 55(6), June 2006, pp 757-759

Resumo
Os probióticos não parecem ser uma opção terapêutica para pacientes com doença de Crohn (DC), seja na fase aguda ou de manutenção.

(Havenaar e Huis in’t Veld,1992): Os agentes probióticos são definidos como “microorganismos viáveis (o que inclui bactérias lácticas e leveduras na forma de células liofilizadas ou de produto fermentado) que exibem um efeito benéfico sobre a saúde do hospedeiro após ingestão, devido à melhoria das propriedades da microflora”.

Na DC imunossupressores são usados ​​para reduzir a resposta do hospedeiro, e antibióticos são usados ​​para suprimir a flora bacteriana, como consequencia há a diminuição da ativação do sistema imunológico do intestino (deixando-o suscetível a infecções oportunistas). Então substituir antibioticos por probióticos seria uma alternativa atraente. No entanto, o uso de probióticos em muitas condições patológicas precisa ser visto com cautela.

Atualmente, os probióticos, contendo diferentes cepas e as quantidades de bactérias, são vendidos no mercado. Seus efeitos terapêuticos podem incluir uma ação competitiva com a flora patogênicas e uma influência sobre a resposta imune através de vários mecanismos.  Os probióticos têm sido empregados com sucesso no tratamento de antibióticos e diarréia e infecção pelo rotavírus. Em relação às doenças inflamatórias intestinais (DII), alguns pesquisadores têm relatado sucesso com diferentes cepas de probióticos no tratamento da colite ulcerosa, no tratamento e prevenção bolsite. No entanto, várias falhas significativas, limitam a importância de muitas das experiências probióticas, como a inclusão de poucos doentes, dose muito baixa do medicamento controle, ou a associação de probióticos com outros medicamentos.

Vamos analisar um dos três estudos analisados:
O estudo envolveu 75 crianças em remissão medicamente induzido. Eles foram randomizados para receber 1.010 bactérias LGG ou placebo por dois anos como tratamento complementar ao da manutenção normal. O tempo médio de recidiva foi de 9,8 meses no grupo LGG e 11 meses no grupo placebo, 31% e 17% das crianças com LGG e placebo, respectivamente, teve uma recaída durante o período do estudo. Nenhum estudo mostrou diferenças estatisticamente significativas entre os grupos ativo e placebo.
O resultado acumulado dos três estudos não é animador, e no momento os probióticos não são uma opção terapêutica para pacientes com DC quer na fase aguda ou de manutenção. A DC é uma entidade complexa, temos que levar em consideração alguns pontos importantes.
Há muitas espécies de probióticos, um tipo pode ser mais eficaz do que outro, porque as propriedades linhagem específica podem influenciar a eficácia em diferentes casos e situações. O curso da DC segue diferentes fases, os probióticos podem ser mais eficazes nas mais cedo e a quantidade da carga bacteriana pode condicionar a eficácia dos probióticos.

Em suma, parece aconselhável esperar por resultados de alguns estudos maiores, alguns dos quais já estão em andamento.


Lactobacillus GG (LGG) é uma cepa probiótica de bactérias "amigáveis".

terça-feira, 19 de abril de 2011

Excesso de peso cresce nos últimos cinco anos

Ontem (18.11.11) foi publicado pelo Ministério da Saúde o resultado do levantamento de dados sobre excesso de peso no país. Foram entrevistado 54.339 adultos, nas 27 capitais.
O resultado mostrou que quase metade da população adulta (48,1%) está acima do peso e 15% são obesos. Há cinco anos, a proporção era de 42,7% para excesso de peso e 11,4% para obesidade.
Se for considerada somente a população masculina, mais da metade dos homens está acima do peso (52,1%). Entre as mulheres, a proporção é de 44,3%, com aumento significativo nos dois sexos. Em 2006, a pesquisa apontava excesso de peso em 47,2% dos homens e em 38,5% das mulheres.
                                                                                              Fonte: http://portal.saude.gov.br/


            Os dados acima refletem a necessidade e importância de uma intervenção governamental, a fim de melhorar a qualidade dos padrões alimentares da população brasileira.
O processo de urbanização é acompanhado de mudanças no comportamento da população, principalmente no que diz respeito à dieta e atividade física, induzindo ao sedentarismo e a uma alimentação industrializada rica em gorduras e açúcar simples. Deve haver um estímulo em aumentar o consumo de frutas, verduras, alimentos integrais, gorduras mono e poliinsaturadas (encontrados em peixes, azeite de oliva, óleo de canola, linhaça e outros).
 É de suma importância um incentivo do governo para que as indústrias reduzirem o teor de sódio, gorduras trans e saturada dos alimentos, além das propagandas que estimulem o consumo dos mesmos.

      Curiosidade: Foi firmado com a indústria alimentícia e o Ministério da Saúde um termo de compromisso de redução gradual na quantidade de sódio de 16 tipos de alimentos. As primeiras reduções vão ocorrer com massas instantâneas, pães e bisnaguinhas, a partir de 2012. A indústria terá o prazo até 2020 para reduzirem os teores de sódio dos produtos.

Devemos ressaltar que a obesidade trata-se de uma doença multifatorial, onde se leva em consideração aspectos genéticos, metabólicos, psicossociais, culturais, entre outros.
O excesso de peso é um fator de risco cardiovascular que contribui para o aparecimento de dislipidemias, diabetes, resistência á insulina, hipertensão e síndrome metabólica.